domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sem comentário!



Nesses últimos dias eu andei pensando muito sobre o que escrever. Pensei e pensei muito mesmo! Cheguei a quebrar a minha cabeça... mas não consegui parir absolutamente nada! Há alguns dias eu fiz uma viagem para Senhor do Bonfim. Fui encontrar meu pai. Aí eu pensei logo, oba! Esse vai ser o tema da minha nova crônica! Tenho certeza que vou voltar cheio de palavras doidas para serem postas no papel! Não foi bem assim... mas eu entendi o meu lado. Não tive tempo para escrever porque logo depois entrei numa outra viagem! Dessa vez para Caetité, a terra da minha família por parte de pai. Na estrada, passei por vários lugares bonitos. Vi um pôr-do-sol tão perfeito que o seu dourado parecia penetrar minha alma! É eu sei... parece exagero. Falando assim, até eu acho um tanto exagerada "essa coisa de penetrar a alma." Mas eu sabia que aquele pôr-do-sol não era igual a nenhum outro. E acho que só eu sabia mesmo... E também vi montanhas lindas e um céu estrelado maravilhoso em Barra da Estiva. Achei logo que ia voltar cheio de emoções para escrever um novo texto! E errei mais uma vez! Perdi dois textos brilhantes! E sei que seriam muito bons mesmo! Mas se tem uma coisa de que eu estava certo, era de que a minha vida não ia pausar e esperar a minha boa vontade de escrever... A maré de viagens acabou e voltei para a minha vidinha. Aos poucos ia me encaixando em novas situações dignas de textos, mas continuei sem escrever nada! Perdi um vizinho na semana passada... Ele foi morar em outra cidade. Na verdade, além de vizinho, ele é meu primo e amigo, amigo de um tipo raro de encontrar! Bem que eu podia ter escrito um texto sobre isso não é? É podia... e podia ter escrito sobre outros assuntos que prefiro nem comentar. Não fiz nada... As palavras estavam doidinhas para serem escritas, mas eu mostrei que quem manda nelas sou eu! E que se eu quisesse não escrever, eu simplesmente não escreveria e não teria que ficar dando satisfação para nenhuma palavra mimada! E foi então que hoje eu decidi escrever sobre nada! As palavras estão de mal comigo! Ah! mas se elas acham que eu vou voltar atrás, pedir perdão e fazer o joguinho delalas, estão redondamente enganadas! Essas palavras não são absolutamente nada sem mim! Se bem que eu também não sou nada sem elas... Mas eu tenho que mostrar quem é que manda! E quem escolhe o que vai escrever sou eu e não elas! As palavras são traiçoeiras e possuem vários compassas! Usam de artifícios diversos para nos fazer falar o que não queremos... A distração, por exemplo. Como explicar aquelas besteiras que escrevemos na última folha do caderno? Elas são espertas! Estão quase me forçando a falar sobre a festa que eu fui ontem, mas eu não falo e não falo e ponto! Tô de mal com as palavras! Orgulho? não, não mesmo! Só quero mostrar quem é que manda aqui! E que eu não sou apenas um meio delas se propagarem!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Val. 01.02.09

Um dia tudo quebra.
O meu celular ficou louco, simplesmente louco!
Quando eu tento ir para o menu ele liga para a minha irmã,
Quando eu aperto a tecla verde pra receber ligação, ele abaixa o volume!
Parece até que tem vontade própria!
Lembro-me de quando era pequeno... alguns brinquedos duravam pouco nas minhas mãos...
Eles me deixavam tão alegre! E quando eu estava no clímax dessa emoção eles simplesmente
quebravam e eu ficava lá, com cara de espanto, segurando o que restava deles nas mãos.
Não jogava nada no lixo. Guardava como se tudo estivesse perfeito.
Até aqueles cacos, para mim, pareciam extremamente encantadores! É como se o brinquedo
não tivesse perdido a sua função, mas apenas adquirido outra...
Os frascos de perfume. Sempre tive dificuldade de me desfazer deles.
Apesar de o seu conteúdo já ter acabado, eu ainda conseguia sentir cheiro...
Não perfumava mais o meu corpo, mas enchia de odor as minha lembranças...
Não sou doente por lixo, eu só dou uma outra função às coisas, mas é lógico que quando tudo se torna apenas tralha
eu jogo fora. Me livro do que não me faz mais falta.
E fui me livrando e quebrando, consertando... aos poucos sobrepondo tudo.
Já joguei tantas coisas fora... mas as minhas gavetas continuam cheias. Um dia, toda essa minha preciosidade em
forma de papéis, provas antigas e canetas que nem riscam mais vão se tornar entulho... e aí vai tudo para o lixo. Desocuparão
um lugar que, certamente, não ficará vazio.

Às vezes temos algumas relações que se quebram, uma amizade que acaba...
Um amor que vira "bom-dia". Tudo isso fica na lá gaveta, no meio da bagunça... Se ainda vemos serventia nisso tudo, guardamos.
Às vezes, tudo que sobrou foram cacos, mas se achamos que eles podem servir para alguma outra coisa, ou até que podem
ser colados, guardamos...
Quase tudo na vida tem prazo de validade, mas muitas coisas não são rotuladas e só percebemos que o prazo já está
vencido quando sentimos o gosto estragado.
E por isso devemos brincar, comer, beber, amar, conversar, fazer tudo dentro do prazo de validade! Porque amanhã o carrinho
pode estar quebrado, a comida estragada, o amor... o amor pode estar perdido e o amigo pode nem ser mais seu amigo e aquela
conversa que antes era tão saborosa, agora fede a ovo podre.
Tudo quebra... e depois, depois você decide o que fazer com os cacos. Dar uma outra função ou simplesmente jogar no lixo.